CIC 1210. Os sacramentos da nova Lei foram instituídos por Cristo e são em número de sete, a saber: o Batismo, a Confirmação, a Eucaristia, a Penitência, a Unção dos Enfermos, a Ordem e o Matrimónio. Os sete sacramentos tocam todas as etapas e momentos importantes da vida do cristão: outorgam nascimento e crescimento, cura e missão à vida de fé dos cristãos. Há aqui uma certa semelhança entre as etapas da vida natural e as da vida espiritual.

Os sacramentos da Igreja Católica são pilares fundamentais da vida cristã, instituídos por Cristo como sinais visíveis e eficazes da graça de Deus. Por meio deles, o Senhor age diretamente na vida dos fiéis, concedendo dons espirituais necessários para a santificação e fortalecimento da fé. Esses sacramentos acompanham os cristãos ao longo de toda a sua jornada, desde o nascimento até a vida eterna, marcando os momentos essenciais de sua caminhada espiritual.
A Igreja, guiada pelo Espírito Santo, os organizou em três grandes categorias. Os sacramentos da iniciação cristã introduzem o fiel na vida divina e o integram plenamente na comunidade da Igreja. O Batismo nos regenera espiritualmente, tornando-nos filhos de Deus e membros do Corpo de Cristo; a Eucaristia nos une ao Senhor, nutrindo nossa alma com Seu próprio Corpo e Sangue; e a Crisma fortalece nossa fé, capacitando-nos a testemunhá-la com coragem, por meio dos dons do Espírito Santo. Já os sacramentos da cura são um remédio para a alma e para o corpo, oferecendo restauração e fortalecimento nos momentos de fragilidade. Na Confissão, Deus concede o perdão dos pecados, renovando nossa amizade com Ele e nos ajudando a recomeçar; na Unção dos Enfermos, os que sofrem enfermidades recebem conforto espiritual e, se for da vontade divina, a cura física. Por fim, os sacramentos a serviço da comunhão e da missão conferem graças específicas para a edificação da Igreja e para o cumprimento do chamado de Deus. O Matrimônio santifica a união conjugal, concedendo aos esposos a graça de viverem seu amor segundo o plano divino, enquanto a Ordem confere aos sacerdotes a missão e o poder de agir em nome de Cristo na administração dos sacramentos e no pastoreio do povo de Deus.
Diante da riqueza desses sacramentos, pode surgir uma pergunta: se cada um concede ou aumenta a graça santificante na alma, por que Jesus instituiu exatamente sete? Não bastaria um único sacramento que suprisse todas as necessidades espirituais? Essa questão nos leva a refletir sobre a profundidade do plano divino. Se Deus desejasse apenas infundir a graça santificante de forma uniforme, talvez um único sacramento fosse suficiente. No entanto, Sua providência vai além disso. Assim como os pais não apenas geram a vida dos filhos, mas também os alimentam, educam, cuidam de sua saúde e os preparam para enfrentar os desafios do mundo, Deus nos concede não apenas a vida espiritual pela graça santificante, mas também os meios necessários para nutri-la e fortalecê-la.
Os sacramentos são esses meios adicionais, instituídos por Deus para atender às diversas necessidades espirituais dos fiéis. Eles não são apenas ritos simbólicos, mas sim instrumentos eficazes da graça divina. Além da graça santificante, cada sacramento confere uma graça sacramental específica, um auxílio especial adaptado a momentos e desafios particulares da vida cristã. Essa graça nos fortalece, nos sustenta e nos prepara para cumprir nossa vocação e para enfrentar as provações com confiança na misericórdia de Deus. Os sacramentos, portanto, são expressões concretas do amor divino por nós, sinais visíveis da ação invisível de Deus em nossas almas. Eles não apenas fortalecem nossa caminhada de fé, mas também nos unem mais profundamente a Cristo e à Igreja, preparando-nos para a vida eterna.
Os Sacramentos da Iniciação Cristã
Os sacramentos da iniciação cristã são os primeiros que um cristão recebe e representam a porta de entrada para a vida espiritual. Por meio deles, somos introduzidos na comunhão com Deus e com a Igreja, tornando-nos membros plenos do Corpo de Cristo. Esses sacramentos – o Batismo, a Confirmação e a Eucaristia – formam a base da vida cristã, conferindo-nos as graças necessárias para crescer na fé e viver conforme os ensinamentos de Cristo.
O Batismo é o primeiro e fundamental dos sacramentos, pois nos regenera espiritualmente, nos torna filhos de Deus e nos insere na comunidade da Igreja. Ele apaga o pecado original e todos os pecados cometidos anteriormente, concedendo-nos uma nova vida em Cristo. Pelo Batismo, somos chamados a viver como discípulos de Jesus, seguindo seus mandamentos e testemunhando sua presença no mundo. No entanto, a caminhada cristã exige mais do que apenas o início dessa vida nova; é preciso fortalecimento e aprofundamento da fé.
A Eucaristia, por sua vez, é o ápice da vida cristã e o alimento espiritual que nos sustenta ao longo de toda a nossa jornada de fé. Nela, recebemos o próprio Cristo, presente em seu Corpo, Sangue, Alma e Divindade. Ao nos unirmos à Eucaristia, somos fortalecidos espiritualmente e renovamos nossa participação no sacrifício redentor de Jesus. Esse sacramento é a fonte e o centro da vida cristã, pois nos permite estar em comunhão íntima com Deus e com os irmãos na fé.
A Confirmação, também conhecida como Crisma, é o sacramento que confere a plenitude do Espírito Santo, fortalecendo a graça recebida no Batismo. Pelo dom do Espírito, somos capacitados para enfrentar os desafios da vida cristã e dar testemunho público de nossa fé. Esse sacramento nos enraíza mais profundamente na vida trinitária, tornando-nos verdadeiros soldados de Cristo, prontos para anunciar o Evangelho com coragem e convicção. É por meio da Confirmação que recebemos os dons do Espírito Santo em plenitude, dons que nos auxiliam na vivência diária do amor a Deus e ao próximo.
Esses três sacramentos são indispensáveis para a vida do cristão, pois não apenas nos iniciam na fé, mas também nos capacitam a perseverar nela. São o ponto de partida de uma jornada que deve ser constantemente alimentada e renovada, por meio da participação na vida sacramental e da vivência dos ensinamentos de Cristo. Através do Batismo, da Confirmação e da Eucaristia, recebemos a graça necessária para seguir os passos de Jesus, fortalecidos pela ação do Espírito Santo e sustentados pelo Pão da Vida. É através dessa iniciação que nos tornamos verdadeiros discípulos, chamados a viver em santidade e a testemunhar o amor de Deus ao mundo.
O Sacramento do Batismo
CIC 1224. Nosso Senhor sujeitou-se voluntariamente ao Batismo de São João, destinado aos pecadores, para cumprir toda a justiça. Este gesto de Jesus é uma manifestação do seu aniquilamento. O Espírito que pairava sobre as águas da primeira criação, desce então sobre Cristo como prelúdio da nova criação e o Pai manifesta Jesus como seu Filho muito amado.
O Batismo é o primeiro sacramento da iniciação cristã e representa a porta de entrada para todos os outros sacramentos. Seu nome tem origem no grego “baptizein”, que significa “mergulhar” ou “imergir”. Esse ato simboliza a morte para o pecado e o renascimento para uma nova vida em Cristo. Este sacramento também é chamado de “banho da regeneração e da renovação no Espírito Santo” (cf. Tt 3,5) e de “iluminação”, pois o batizado se torna “filho da luz” (cf. Ef 5,8).
O Batismo na Antiga e Nova Aliança
O Batismo encontra suas prefigurações na Antiga Aliança em diversos episódios, como na arca de Noé, que salva através da água, e na passagem do Mar Vermelho, que liberta Israel da escravidão no Egito. No Novo Testamento, esse sacramento encontra sua plenitude em Jesus Cristo, que se submeteu ao Batismo de João Batista no rio Jordão. Após sua ressurreição, Cristo ordenou a seus apóstolos que batizassem todas as nações em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo (cf. Mt 28,19).
CIC 1272. Incorporado em Cristo pelo Batismo, o batizado é configurado com Cristo. O Batismo marca o cristão com um selo espiritual indelével (charactere) da sua pertença a Cristo. Esta marca não é apagada por nenhum pecado, embora o pecado impeça o Batismo de produzir frutos de salvação. Ministrado uma vez por todas, o Batismo não pode ser repetido.
O Rito Essencial do Batismo
O Batismo é celebrado pela imersão do candidato na água ou pelo derramamento de água sobre sua cabeça, enquanto o ministro pronuncia a fórmula sacramental: “Eu te batizo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. Embora ordinariamente seja ministrado por um sacerdote ou diácono, em casos de necessidade, qualquer pessoa pode administrá-lo, desde que tenha a intenção de fazer o que a Igreja faz.
O Batismo perdoa o pecado original e todos os pecados pessoais, concedendo ao batizado a participação na vida divina da Santíssima Trindade. Ele incorpora o fiel a Cristo e à Igreja, conferindo-lhe as virtudes teologais e os dons do Espírito Santo. Ademais, imprime um selo indelével na alma, tornando a pessoa pertencente a Cristo para sempre. Durante a celebração, o batizando recebe um nome cristão, geralmente de um santo, como inspiração para sua vida de fé.
Sempre que possível, o Batismo é celebrado no domingo, pois esse é o dia da Ressurreição do Senhor, momento ideal para o nascimento espiritual de uma nova vida em Cristo.
Quem Pode Batizar?
Ordinariamente, o Batismo é administrado por um sacerdote ou diácono, sendo inadequado que um leigo o realize sem uma razão grave. No entanto, quando não há um ministro ordenado disponível e a pessoa corre risco de morte, qualquer pessoa pode e deve administrá-lo.
Mesmo um não católico ou ateu pode ministrar validamente o Batismo, desde que tenha a intenção de “fazer o que a Igreja faz” e utilize corretamente a fórmula sacramental. O rito de emergência é simples: basta derramar água sobre a cabeça do batizando e, ao mesmo tempo, pronunciar claramente: “Eu te batizo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. Essa fórmula deve ser tão familiar a um católico quanto seu próprio nome, pois a salvação de uma alma pode depender de conhecê-la.
Em hospitais, é comum que enfermeiras ou freiras administrem o Batismo quando um recém-nascido corre risco de vida. Os pais devem se certificar de que seu filho será batizado se houver perigo iminente, podendo até mesmo instruir um médico ou enfermeiro a realizar o rito.
Se a criança batizada privadamente sobreviver, os pais devem notificar o pároco, informando a data e quem administrou o sacramento. Posteriormente, a criança será levada à igreja para completar as cerimônias do Batismo solene, com exceção da infusão da água, salvo dúvidas sobre sua validade. Esse registro é essencial para que a criança possa receber os demais sacramentos no futuro.
O Caráter Sobrenatural do Batismo
O Batismo imprime na alma um caráter espiritual indelével, tornando o cristão capaz de receber os outros sacramentos e de participar plenamente da vida litúrgica da Igreja, especialmente da Eucaristia. Mais do que um rito, o Batismo é o início de uma jornada espiritual, onde o fiel se compromete a viver como verdadeiro seguidor de Cristo, fortalecendo-se continuamente na fé e no amor a Deus.
Através deste sacramento, a Igreja acolhe novos membros em sua comunidade, oferecendo-lhes a graça santificante e a promessa da vida eterna. Dessa forma, o Batismo não é apenas um evento, mas o ponto de partida de uma caminhada que se desdobra ao longo da vida cristã.
O Sacramento da Eucaristia
CIC 1330. Memorial da paixão e ressurreição do Senhor. Santo Sacrifício, porque atualiza o único sacrifício de Cristo Salvador e inclui a oferenda da Igreja; ou ainda santo Sacrifício da Missa, Sacrifício de louvor (Heb 13, 15), Sacrifício espiritual Sacrifício puro e santo, pois completa e ultrapassa todos os sacrifícios da Antiga Aliança. Santa e divina Liturgia, porque toda a liturgia da Igreja encontra o seu centro e a sua expressão mais densa na celebração deste sacramento; no mesmo sentido se lhe chama também celebração dos Santos Mistérios. Fala-se igualmente do Santíssimo Sacramento, porque é o sacramento dos sacramentos. E, com este nome, se designam as espécies eucarísticas guardadas no sacrário.
A Eucaristia é o ápice de toda a vida cristã e o sacramento que alimenta a alma do fiel com o Corpo e o Sangue de Cristo. Instituída por Jesus na Última Ceia, a Eucaristia é um memorial perpétuo do sacrifício de Cristo na cruz e uma antecipação do banquete celestial.
Na celebração da Eucaristia, o pão e o vinho se transformam substancialmente no Corpo e no Sangue de Cristo através das palavras da consagração pronunciadas pelo sacerdote.
Este mistério é chamado de transubstanciação, e é a presença real de Cristo na Eucaristia que torna este sacramento o centro da vida da Igreja. É, portanto, um sacramento de comunhão, unindo os fiéis a Cristo e uns aos outros. Ela também é um sacramento de ação de graças, pois os cristãos reconhecem na Eucaristia o dom supremo de Deus: a entrega de seu Filho para a salvação da humanidade.
Além disso, a Eucaristia é uma oferta de louvor e sacrifício, onde os fiéis unem suas vidas ao sacrifício de Cristo.
A Sagrada Eucaristia é conhecida por alguns como o maior dos sacramentos, uma afirmação que se torna evidente quando compreendemos sua essência. Embora o Batismo seja o sacramento mais necessário, pois sem ele não podemos alcançar o céu, a Eucaristia se destaca por não ser apenas um canal de graça, mas o próprio Cristo, real e verdadeiramente presente, se oferecendo a nós. Ao longo da história cristã, o sacramento do Corpo e do Sangue de Cristo tem sido conhecido por diversos nomes, como Pão dos Anjos, Ceia do Senhor e Sacramento do Altar. Contudo, o nome que prevalece desde o início é “Sagrada Eucaristia”, derivado do grego “eucharistia”, que significa “ação de graças”.
Este termo é encontrado no Novo Testamento, onde os Evangelistas Mateus, Marcos, Lucas e Paulo descrevem a Última Ceia, durante a qual Jesus tomou o pão e o vinho e “deu graças”. O catecismo ensina que a Eucaristia é tanto um sacrifício quanto um sacramento.
Como sacramento, a Eucaristia é a Missa, a ação divina em que Jesus, através de um sacerdote, transforma o pão e o vinho em seu próprio Corpo e Sangue. Este sacramento é “confeccionado” durante a Consagração da Missa, quando Jesus se torna presente sob as aparências do pão e do vinho, permanecendo ali enquanto essas aparências subsistem. O ato de receber a Eucaristia é conhecido como Sagrada Comunhão, e a Missa é o momento em que o sacramento é criado, enquanto a Comunhão é a sua recepção. Para aprofundar nosso entendimento da Eucaristia, é útil começar com o relato de Jesus na cidade de Cafarnaum, onde Ele prometeu dar Sua carne e Seu sangue como alimento para a alma.
Na véspera desse acontecimento, Jesus realizou o milagre da multiplicação dos pães e peixes, alimentando cinco mil homens com cinco pães e dois peixes. Este milagre preparou seus seguidores para a promessa que Ele faria no dia seguinte na sinagoga de Cafarnaum. Na sinagoga, Jesus fez a promessa que hoje é central na fé cristã: Ele se comprometeu a dar Sua carne e Seu sangue como alimento, estabelecendo a Sagrada Eucaristia. Ele afirmou: “Eu sou o pão vivo que desce do céu. Quem comer deste pão viverá para sempre, e o pão que eu lhe darei é a minha carne para a salvação do mundo”. Alguns discípulos, incapazes de aceitar essa ideia, abandonaram Jesus, pois consideravam essa promessa repulsiva e incompreensível. No entanto, Jesus não os corrigiu, pois sabia que haviam compreendido corretamente Suas palavras, mas lhes faltava fé para aceitá-las.
A promessa de Cristo foi cumprida na Última Ceia, onde Ele instituiu a Eucaristia, legando à Igreja o dom de Sua própria Pessoa viva. Os relatos da instituição da Eucaristia estão presentes nos Evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e Paulo. As palavras de Jesus, “Isto é o meu corpo” e “Este cálice é o meu sangue”, foram tomadas literalmente pelos Apóstolos, que acreditavam que o pão e o vinho consagrados se transformavam realmente no Corpo e Sangue de Cristo.
Esta doutrina foi aceita por todos os cristãos durante mais de mil anos até que, no século XVI, a Reforma Protestante questionou a presença real de Cristo na Eucaristia. Lutero, o líder da Reforma, aceitou uma presença parcial de Cristo na Eucaristia, afirmando que Jesus estava presente no momento da comunhão, mas que o pão e o vinho permaneciam substancialmente inalterados. Outros reformadores foram mais além e rejeitaram completamente a presença real, vendo a Eucaristia apenas como um símbolo ou um rito comemorativo. No entanto, a tradição católica sustenta firmemente a presença real de Cristo na Eucaristia, baseada nas palavras claras e enfáticas de Jesus na Última Ceia.
A crença na presença real é reforçada pelo fato de que os Apóstolos e os cristãos primitivos tomaram literalmente as palavras de Cristo, adorando a Eucaristia como o próprio Corpo e Sangue de Jesus. Essa fé se mantém inabalável, considerando as palavras de Jesus na Última Ceia não como uma metáfora, mas como a expressão literal da verdade de Sua promessa.
O poder de transformar o pão e o vinho no corpo e no sangue do Salvador foi transmitido pelos Apóstolos aos homens que continuariam a sua missão. Esses, por sua vez, conferiram esse poder sacerdotal a outros. E assim, de geração em geração, durante quase dois mil anos, o poder do sacerdócio foi transmitido pelo sacramento da Ordem Sagrada. De bispo em bispo, chegou até os sacerdotes de hoje. A ação litúrgica pela qual se transforma o pão e o vinho no corpo e no sangue do Senhor é a Santa Missa.
A partir do momento em que se começou a estender a devoção à Sagrada Eucaristia fora da Missa, três práticas devotas se tornaram universais: a festa e procissão do Corpus Christi, a exposição e bênção com o Santíssimo Sacramento e a devoção das Quarenta Horas. A festa do Corpus Christi, do Corpo de Cristo, originou-se na diocese de Liège, na Bélgica, em 1246, e dezoito anos mais tarde o Papa Urbano IV a estendeu a toda a Igreja. O Corpus Christi é celebrado sempre na quinta-feira seguinte ao domingo da Santíssima Trindade. Parte da celebração consiste na procissão do Corpus, que pode ser nesse dia ou no domingo seguinte.
Tornou-se costume expor o Santíssimo Sacramento para adoração dos fiéis, e logo houve um desenvolvimento desse costume, concluindo o ato com a bênção dos assistentes, dada pelo sacerdote com o Santíssimo. O rito da bênção, tal como o conhecemos hoje, remonta ao século XIV. Consiste num breve período de exposição e adoração, com meditação na Sagrada Escritura, cantos, orações e momentos de silêncio, finalizando com a bênção que o sacerdote dá com o ostensório ou o cibório. É a bênção do próprio Jesus na Sagrada Eucaristia. A devoção das Quarenta Horas começou em Milão, no século XVI. Originalmente, consistia em 40 horas ininterruptas de adoração ao Santíssimo Sacramento exposto, em comemoração das 40 horas em que o corpo de Jesus permaneceu no sepulcro.
O Sacramento da Confirmação
A Confirmação é o sacramento que fortalece a graça batismal, confirmando o cristão na fé e tornando-o um soldado de Cristo. No Batismo, nascemos espiritualmente e passamos a participar da vida divina da Santíssima Trindade, iniciando uma caminhada sobrenatural. Crescemos nessa vida à medida que praticamos as virtudes da fé, esperança e caridade, e nos unimos a Cristo e à sua Igreja para prestar culto a Deus. No entanto, nesse estágio inicial da vida espiritual, assim como na infância, tendemos a nos concentrar principalmente em nós mesmos, buscando a santidade pessoal.
Essa focalização individual, porém, não condiz plenamente com a identidade de membro do Corpo Místico de Cristo. A compreensão mais profunda da Missa como ato de culto e da Sagrada Comunhão como um laço de união com o próximo nos convida a expandir nossa vivência da fé. Com a Confirmação, recebemos uma graça especial que fortalece nossa fé, tornando-a suficientemente robusta para ser compartilhada. Assim como a adolescência marca o início da responsabilidade adulta, o cristão crismado passa a enxergar com maior clareza sua missão na Igreja e no mundo. Ele se compromete com o bem de Cristo na Igreja e no próximo, representando um amadurecimento espiritual.
A Confirmação nos confere uma força especial do Espírito Santo para testemunhar a fé em palavras e obras. Assim como o Batismo nos torna participantes da função sacerdotal de Cristo, a Confirmação nos vincula mais profundamente à Igreja e nos fortalece para defender e propagar a fé, como ensina a “Lumen Gentium” (n. 11). Dessa forma, compartilhamos com Cristo sua missão de expandir o Reino e santificar o mundo.
A analogia do cristão crismado como soldado de Cristo, apesar de amplamente utilizada, continua significativa. O confirmado é chamado a manter lealdade inabalável ao seu Rei, suportar sofrimentos em seu serviço, combater o mal e trabalhar para a expansão do Reino. No rito da Confirmação, o bispo impõe as mãos sobre o confirmado e o unge com o óleo do Crisma, consagrado na Quinta-feira Santa. Esse sacramento completa a graça batismal e capacita o cristão a viver sua fé com coragem e convicção.
Embora os Evangelhos não mencionem explicitamente quando Jesus instituiu a Confirmação, sabemos pela Tradição Apostólica que ela sempre fez parte da vida da Igreja. As Escrituras relatam a imposição das mãos como meio de comunicação do Espírito Santo, como visto em Atos 8, 14-19. Esse trecho também mostra que, embora a Confirmação esteja relacionada ao Batismo, é um sacramento distinto, conferido pelos Apóstolos, ou seja, pelos bispos.
Na Antiga Aliança, os profetas anunciaram que o Messias comunicaria o Espírito do Senhor ao povo eleito. No Pentecostes, os Apóstolos receberam esse dom e o transmitiram aos neófitos. Desde então, a Igreja continua a conferir esse sacramento, chamado de Crisma por causa da unção com o santo óleo.
O rito essencial da Confirmação consiste na unção com o Crisma e na imposição das mãos pelo ministro, que pronuncia as palavras sacramentais. No Ocidente, a unção é feita na fronte do batizado com as palavras: “Recebe por este sinal o Espírito Santo, o Dom de Deus”. No Oriente, a unção ocorre em outras partes do corpo, com a fórmula: “Selo do dom do Espírito Santo”.
A Confirmação é um Pentecostes pessoal. Ela imprime um caráter indelével na alma e promove um crescimento na graça batismal. Enraiza-nos mais profundamente na filiação divina, une-nos mais firmemente a Cristo e à Igreja, revigora os dons do Espírito Santo e nos confere força especial para testemunhar a fé.
Podem receber a Confirmação todos os batizados que estejam em estado de graça. O ministro ordinário deste sacramento é o bispo, reforçando o vínculo do crismado com a Igreja apostólica. No Oriente e em casos especiais no Ocidente, o presbítero também pode conferi-lo, mantendo o laço com o bispo através do Crisma consagrado.
O caráter da Confirmação nos capacita a professar a fé com valentia e a difundi-la no mundo, tornando-nos verdadeiras testemunhas de Cristo.
Os Sacramentos de Cura
Os sacramentos da cura são restauram a saúde espiritual e física dos fiéis. Estes sacramentos são a Penitência (ou confissão) e a Extrema Unção (ou Unção dos Enfermos).
A confissão
CIC 1422. Aqueles que se aproximam do sacramento da Penitência obtêm da misericórdia de Deus o perdão da ofensa a Ele feita e, ao mesmo tempo, são reconciliados com a Igreja, que tinham ferido com o seu pecado, a qual, pela caridade, exemplo e oração, trabalha pela sua conversão.
A penitência, enquanto virtude e sacramento, desempenha um papel fundamental na vida cristã. Para os convertidos, o ato de confessar-se pode inicialmente parecer difícil, mas, para aqueles que cresceram na fé católica, o sacramento da Penitência é um dos mais preciosos. Ele oferece uma paz de espírito e alma incomparável, que surge da certeza do perdão dos pecados e da restauração da amizade com Deus.
Significados de Penitência A palavra “penitência” tem dois significados principais. Primeiramente, refere-se à virtude sobrenatural que nos leva a detestar os nossos pecados por um motivo que a fé nos revela, com a resolução de não ofender mais a Deus e de reparar o que foi feito. Neste sentido, “penitência” é sinônimo de “arrependimento”. Antes de Cristo, essa virtude era o único meio de alcançar o perdão dos pecados. Hoje, para aqueles que estão fora da Igreja e não têm acesso ao sacramento, a penitência continua sendo o único caminho para o perdão.
Além de ser uma virtude, a Penitência também é um sacramento instituído por Jesus Cristo para perdoar os pecados cometidos após o Batismo. Quando o pecador está sinceramente arrependido, confessa suas faltas ao sacerdote e aceita a satisfação ou pena que lhe é imposta, o sacerdote, como instrumento vivo de Deus, perdoa esses pecados.
Jesus e o Poder de Perdoar Pecados Após sua ressurreição, Jesus apareceu aos seus Apóstolos e soprou sobre eles, dizendo: “Recebei o Espírito Santo; àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos”. Com isso, Ele conferiu aos Apóstolos o poder de perdoar pecados, um poder que continua a ser transmitido aos sacerdotes por meio do sacramento da Ordem. Esse poder de perdoar pecados não se limita aos contemporâneos dos Apóstolos, mas é uma extensão do poder sacerdotal que se perpetua até o fim dos tempos. Quando o sacerdote diz as palavras de absolvição, ele exerce o poder dado por Cristo para perdoar os pecados.
Jurisdição e Validade do Sacramento Para que o sacramento da Penitência seja válido, o sacerdote deve ter jurisdição, ou seja, a autorização do bispo da diocese para ouvir confissões. Sem essa licença, o sacerdote não pode absolver validamente os pecados. Esta prática assegura que o sacramento seja administrado dentro da estrutura eclesiástica adequada.
Os Benefícios do Sacramento da Penitência Apesar de algumas vezes o sacramento da Penitência ser visto como uma carga, em momentos de reflexão, os fiéis reconhecem seu imenso valor. Ele reconcilia a alma com Deus, restaura a graça santificante, perdoa os pecados mortais e veniais e cancela o castigo eterno associado ao pecado mortal. Além disso, o sacramento reduz a pena temporal devida pelos pecados, proporcionando um alívio espiritual significativo. Se a alma estiver em estado de graça, o sacramento ainda assim oferece um incremento da graça santificante, fortalecendo a união com Deus. Ele também restaura os méritos das boas obras realizadas antes do pecado mortal, permitindo que o fiel recupere os benefícios espirituais perdidos.
A Importância da Confissão Frequente A confissão frequente é uma das melhores defesas contra o pecado mortal. Mesmo que uma pessoa não tenha cometido pecado mortal, o sacramento da Penitência fortalece a alma contra futuras tentações, proporcionando uma renovação constante da graça santificante. Portanto, é um erro pensar que a confissão só é necessária quando se comete um pecado mortal.
Preparação para a Confissão Receber o sacramento da Penitência com frequência é uma prática recomendada. Em tempos de tentação ou quando o espírito está atribulado, a confissão oferece uma fonte abundante de fortaleza e paz. É aconselhável ter um confessor regular, alguém que possa conhecer melhor as necessidades espirituais do penitente e oferecer orientação e conselho adequados. Este sacramento não é apenas um meio de perdoar os pecados, mas também uma fonte contínua de graça e fortalecimento espiritual. Ele reconcilia a alma com Deus, restaura a graça santificante, cancela a pena devida pelos pecados e oferece proteção contra futuras recaídas.
Aqueles que não compreendem a fé católica questionam esse sacramento porque não compreendem a profundidade do sacramento da penitência. A questão não é se você acredita ou não na confissão, mas sim entender como os pecados são perdoados. Jesus Cristo, verdadeiro Deus, ao instituir o sacramento da Penitência como meio necessário para o perdão dos pecados cometidos após o Batismo, fez da confissão dos pecados ao sacerdote uma parte essencial desse sacramento, determinando tanto a sua forma quanto a sua função. Não temos o direito de escolher ou rejeitar o que Deus já determinou.
Nosso Senhor quis que o sacramento da Penitência fosse também um ato de humildade, mas não que se tornasse um peso intolerável para os membros do seu rebanho. Todos os pecados mortais cometidos depois do Batismo devem ser confessados, e este princípio é válido mesmo quando, por necessidade urgente, é preciso adiar temporariamente a confissão explícita. Uma pessoa gravemente doente, que esteja tão fraca que não possa especificar os seus pecados, pode receber o sacramento da Penitência simplesmente manifestando que pecou e que se arrepende.
CIC 1441. Só Deus perdoa os pecados. Jesus, porque é Filho de Deus, diz de Si próprio: O Filho do Homem tem na terra o poder de perdoar os pecados (Mc 2, 10) e exerce este poder divino: Os teus pecados são-te perdoados! (Mc 2, 5). Mais ainda: em virtude da sua autoridade divina, concede este poder aos homens para que o exerçam em seu nome.
A extrema unção
A Unção dos Enfermos é o sacramento que confere uma graça especial ao cristão que está em perigo de morte ou em estado de doença grave. Em seus esforços misericordiosos para nos conduzir ao céu e nos unir a Ele, Deus chega aos últimos limites. Jesus nos deu o sacramento do Batismo, que nos limpa do pecado original e de todos os pecados cometidos antes do Batismo. Conhecendo a nossa fraqueza, também nos deu o sacramento da Penitência, pelo qual os pecados cometidos após o Batismo são perdoados.
Como se desejasse ver uma alma entrar no céu sem demora, Jesus concedeu à sua Igreja o poder de remir a pena temporal devida pelo pecado por meio das indulgências.
Por fim, para garantir que ninguém perca o céu ou sofra no purgatório, exceto por sua própria culpa, Jesus instituiu o sacramento da Extrema-Unção ou Unção dos Enfermos, definido como “um sacramento instituído para alívio espiritual e, até mesmo, temporal dos fiéis que enfrentam risco de morte por doença ou velhice.”
O antigo nome deste sacramento, “Extrema-Unção”, começou a ser utilizado no final do século XII. Nos séculos anteriores, era conhecido como “Unção dos Enfermos”, como é atualmente.
O termo “Extrema-Unção” tinha um significado puramente litúrgico, indicando que, geralmente, era a última das quatro unções que um cristão podia receber: Batismo, Confirmação, Ordem Sagrada e, por fim, Extrema-Unção. Contudo, o povo entendia erroneamente que, após recebê-la, a morte era iminente. Por isso, foi oportuno que o Concílio Vaticano II tivesse preferido o termo “Unção dos Enfermos” em vez de “Extrema-Unção”.
O Evangelho de São Marcos (6, 12-13) faz menção a este sacramento ao descrever como os Apóstolos, após partirem, pregavam a penitência, expulsavam demônios e curavam enfermos com óleo.
A descrição clássica deste sacramento, no entanto, encontra-se na Epístola de São Tiago (5, 14-15): “Está alguém entre vós doente? Chame os sacerdotes da Igreja e estes façam orações sobre ele, ungindo-o com óleo em nome do Senhor; e a oração da fé salvará o enfermo, e o Senhor o aliviará; e, se estiver com pecados, eles serão perdoados.”
O óleo usado na administração deste sacramento, conhecido como “óleo dos enfermos” ou “Santos Óleos”, é um dos três óleos abençoados na Quinta-Feira Santa; os outros dois são o Santo Crisma e o óleo dos Catecúmenos, utilizado no Batismo.
Ao administrar este sacramento, o sacerdote unge com óleo a fronte e as mãos do enfermo, recitando a seguinte oração: “Por esta santa unção e por sua piedosa misericórdia, o Senhor venha em teu auxílio com a graça do Espírito Santo, para que, liberto dos teus pecados, Ele te salve e, em sua bondade, alivie teus sofrimentos.”
Não há razão para pensarmos que nos falta fé se nos assustamos ao sentir a proximidade da morte. Para combater esse medo, Deus nos concedeu o sacramento da Unção dos Enfermos, pois este fortalece a vida sobrenatural na alma e prepara o fiel para a felicidade eterna no céu.
Além disso, alivia a angústia e dissipa o medo, permitindo ao enfermo aceitar a vontade de Deus e enfrentar a morte com serenidade. Ela também purifica a alma dos resíduos do pecado, concedendo o perdão dos pecados veniais e removendo a pena temporal devida pelos pecados.
Em alguns casos, o sacramento pode restaurar a saúde corporal do enfermo, desde que essa recuperação seja espiritualmente benéfica. Embora a cura não seja milagrosa, o sacramento pode estimular as forças naturais do corpo, aliviando a angústia e inspirando confiança em Deus.
Os Sacramentos de Serviço e Missão
Os sacramentos ao serviço da comunhão e da missão são a Ordem e o Matrimônio. Estes sacramentos são vocacionais, orientados ao bem dos outros e ao crescimento da Igreja.
O Sacramento da Ordem
O sacramento da Ordem confere o poder e a graça do ministério pastoral, ordenando homens para o serviço da Igreja como diáconos, presbíteros e bispos. Ele foi instituído por Cristo na Última Ceia, quando ordenou os Apóstolos a celebrar a Eucaristia e pregar o Evangelho.
A Ordem é conferida pela imposição das mãos do bispo e pela oração de consagração, que invoca o Espírito Santo para conceder ao ordenado as graças necessárias para o ministério. Cada grau da Ordem – diaconato, presbiterado e episcopado – possui funções específicas dentro da Igreja.
O sacramento da Ordem é aquele que confere o poder e a graça do ministério pastoral, ordenando homens para o serviço da Igreja como diáconos, presbíteros e bispos. Este sacramento foi instituído por Cristo na Última Ceia, quando Ele ordenou os apóstolos a celebrarem a Eucaristia e a pregarem o Evangelho.
A Ordem é conferida por meio da imposição das mãos do bispo e da oração de consagração, que invoca o Espírito Santo para conceder ao ordenado as graças necessárias para o ministério. Cada grau da Ordem (diaconato, presbiterado e episcopado) tem funções específicas dentro da Igreja.
Para entender o que é um sacerdote, é fundamental, primeiramente, compreender o conceito de sacrifício. Embora atualmente a palavra “sacrifício” seja utilizada em diversos contextos, seu significado original e estrito refere-se à oferenda de um dom a Deus, realizada por um determinado grupo por meio de uma pessoa que possui o direito de representar esse grupo.
O objetivo dessa oferenda é prestar culto coletivo a Deus, reconhecendo o Seu supremo domínio sobre a humanidade, agradecendo por Suas bênçãos, expiando os pecados do homem e pedindo novos favores e bênçãos. O sacrifício simboliza a entrega do melhor que temos a Deus, como forma de demonstrar nossa reverência e dependência. Mesmo que oferecêssemos uma montanha de diamantes, esses objetos, em si, não teriam valor algum diante de Deus, pois Ele é o Criador de todas as coisas. Antes de Jesus ter Se dado a nós como oferenda perfeita no Sacrifício da Missa, o ser humano não possuía nada digno o suficiente para oferecer a Deus. Desde o início da história humana, Deus permitiu que o homem manifestasse seus sentimentos por meio de sacrifícios. O homem tomava o melhor que tinha (cordeiros, bois, frutas ou grãos) e o devolvia a Deus, destruindo-o no altar como símbolo dessa oferenda.
Esses sacrifícios, mesmo sendo simbólicos, serviam para expressar os sentimentos humanos para com Deus de maneira mais profunda do que as palavras poderiam fazer. A oferenda era uma oração em ação, expressando reconhecimento da soberania divina, gratidão, arrependimento e súplica. O sacrifício sempre foi uma parte integrante do culto a Deus. Nos tempos antigos, o chefe da família, como representante do grupo, era o responsável por oferecer sacrifícios. Adão, Noé, Abraão e outros patriarcas bíblicos desempenhavam esse papel em suas respectivas famílias.
Mais tarde, nos tempos de Moisés, Deus designou que os sacerdotes de Seu povo escolhido, os judeus, fossem da tribo de Levi, mais especificamente da família de Aarão. O sacerdócio, portanto, estava reservado a essa linhagem específica, e o primogênito de cada geração tornava-se o sumo sacerdote, com os demais levitas servindo como assistentes. Com a vinda de Jesus Cristo e o estabelecimento da Nova Aliança, houve uma transformação no conceito de sacrifício e sacerdócio. Na Última Ceia, Jesus instituiu o Santo Sacrifício da Missa, um sacrifício que transcende os antigos rituais de oferenda. Em vez de simples oferendas simbólicas, o que era agora oferecido era o próprio Filho de Deus, um dom de valor infinito. A Santa Missa tornou-se o meio pelo qual Jesus Cristo Se oferece continuamente a Deus Pai sob as aparências de pão e vinho, renovando de maneira incruenta o sacrifício único e perfeito realizado na cruz.
Mas quem poderia ser o sacerdote humano, o representante que estaria diante do altar, sendo o canal por meio do qual Cristo ofereceria a Si mesmo? Quem teria o poder de tornar presente no altar o Deus-Homem sob as aparências de pão e vinho? Jesus conferiu esse poder aos Seus Apóstolos durante a Última Ceia, quando lhes disse: “Fazei isto em memória de mim” (Lucas 22,19). Com essas palavras, Ele instituiu os Apóstolos como os primeiros sacerdotes da Nova Aliança, concedendo-lhes o poder de oferecer sacrifícios em Seu nome. Esse poder sacerdotal não era temporário, destinado apenas aos Apóstolos, mas deveria ser transmitido a outros homens para que o sacrifício de Cristo pudesse ser renovado em todos os tempos e lugares até o fim do mundo. Essa transmissão do poder sacerdotal é realizada através do sacramento da Ordem Sagrada.
No livro dos Atos dos Apóstolos, vemos como os Apóstolos começaram a transmitir esse poder, ordenando outros homens, como Estêvão e os outros diáconos, e, posteriormente, bispos e presbíteros, garantindo a continuidade do sacerdócio ao longo dos séculos. Esse poder sacerdotal, recebido pelo sacramento da Ordem, foi transmitido de geração em geração, desde os Apóstolos até os sacerdotes de hoje. Assim, o sacerdote católico moderno pode afirmar que o poder que exerce na celebração da Missa e na administração dos sacramentos é o mesmo conferido por Cristo aos Seus Apóstolos.
Com o passar dos séculos, a Igreja sempre precisou de sacerdotes para atender às necessidades espirituais do povo de Deus. Contudo, houve momentos na história em que o número de sacerdotes foi insuficiente para atender a todas as paróquias e missões. Hoje, em muitas regiões do mundo, especialmente em áreas de missão, há uma carência de sacerdotes, o que faz com que muitas comunidades cristãs fiquem desassistidas. É fundamental que os fiéis rezem para que mais jovens ouçam o chamado de Deus e tenham a coragem de seguir o caminho do sacerdócio.
Portanto, é essencial que todos os fiéis rezem pelas vocações sacerdotais, pedindo a Deus que envie operários para a Sua messe e que sustente e santifique aqueles que já responderam ao Seu chamado.
Os Três Graus da Ordem Sagrada: Uma Visão Detalhada do Sacramento
O sacramento da Ordem é único dentro da Igreja Católica, distinguindo-se dos demais sacramentos pela existência de três graus hierárquicos: diáconos, presbíteros e bispos.
CIC 1555. Entre os vários ministérios, que na Igreja se exercem desde os primeiros tempos, consta da Tradição que o principal é o daqueles que, constituídos no episcopado através de uma sucessão que remonta às origens, são os transmissores da semente apostólica.
O Primeiro Grau: O Episcopado
No topo da hierarquia eclesiástica da Igreja Católica está o episcopado, que representa a plenitude do sacramento da Ordem. Os bispos são considerados sucessores diretos dos Apóstolos, recebendo a missão de ensinar, santificar e governar o povo de Deus. Essa sucessão apostólica garante a continuidade e a autenticidade da transmissão da fé desde os tempos de Cristo.
Historicamente, desde os primeiros séculos do cristianismo, os bispos desempenharam um papel central na estrutura e organização da Igreja. Eles eram responsáveis por comunidades locais e tinham a autoridade de ordenar novos ministros, assegurando a propagação da fé e a manutenção da disciplina eclesiástica.
O rito essencial da ordenação episcopal é constituído pela imposição das mãos por parte de outros bispos e pela oração consecratória específica, que pede a Deus a efusão do Espírito Santo e dos dons apropriados ao ministério episcopal. Este rito simboliza a transmissão da autoridade apostólica e a continuidade da missão confiada por Cristo aos seus Apóstolos. vatican.va
Além de suas funções sacramentais, os bispos têm a responsabilidade de zelar pela integridade da doutrina e pela unidade da Igreja. Eles participam de concílios e sínodos, onde discutem e deliberam sobre questões de fé, moral e disciplina, contribuindo para a colegialidade e a comunhão entre as diversas igrejas particulares.
A figura do bispo evoluiu ao longo dos séculos, adaptando-se às necessidades pastorais e às realidades culturais de cada época. No entanto, sua essência como pastor e mestre da fé permaneceu inalterada, refletindo a missão de Cristo como o Bom Pastor que dá a vida por suas ovelhas.
Na Igreja Católica, o Papa é o Bispo de Roma e, como tal, possui uma primazia de jurisdição e honra sobre toda a Igreja. Esta primazia foi reconhecida desde os primeiros concílios ecumênicos e se baseia na tradição de que o Apóstolo Pedro, considerado o primeiro Papa, estabeleceu sua sede em Roma.
Os bispos são responsáveis por uma diocese ou arquidiocese, territórios específicos onde exercem sua autoridade pastoral. Eles nomeiam presbíteros para auxiliar na administração dos sacramentos e na condução das paróquias, garantindo que a missão da Igreja seja efetivamente cumprida em nível local.
A ordenação episcopal confere ao bispo a capacidade de administrar todos os sacramentos, incluindo a confirmação e a ordenação de novos diáconos, presbíteros e bispos. Essa plenitude do sacramento da Ordem destaca a importância do episcopado na estrutura sacramental da Igreja.
Ao longo da história, diversos concílios e documentos papais reforçaram a importância do episcopado e delinearam suas funções e responsabilidades. O Concílio Vaticano II, por exemplo, enfatizou a colegialidade episcopal e a comunhão dos bispos com o Papa na condução da Igreja universal.
Os bispos também têm a missão de promover a justiça social, defender os direitos humanos e ser voz profética em questões éticas e morais. Sua liderança espiritual inspira os fiéis a viverem de acordo com os ensinamentos de Cristo e a serem testemunhas do Evangelho no mundo.
A formação de um bispo é rigorosa e abrangente, englobando aspectos teológicos, pastorais e administrativos. Antes de sua nomeação, o candidato geralmente serve como presbítero por vários anos, adquirindo experiência pastoral e demonstrando fidelidade à doutrina e à disciplina da Igreja.
Em suma, o episcopado é essencial para a continuidade da missão da Igreja, assegurando a transmissão fiel da fé, a administração adequada dos sacramentos e a liderança pastoral das comunidades cristãs. Os bispos, como sucessores dos Apóstolos, são pilares da unidade e da apostolicidade da Igreja Católica.
O Segundo Grau: O Presbiterado
O presbiterado, ou sacerdócio ministerial, é o segundo grau do sacramento da Ordem na Igreja Católica. Os presbíteros, comumente chamados de padres, são colaboradores diretos dos bispos e partilham com eles da missão de ensinar, santificar e governar o povo de Deus.
Desde os primórdios da Igreja, os presbíteros desempenharam um papel fundamental na vida das comunidades cristãs. Eles eram responsáveis pela celebração da Eucaristia, pela pregação do Evangelho e pela orientação espiritual dos fiéis, assegurando a continuidade da fé apostólica.
A ordenação presbiteral é realizada através da imposição das mãos do bispo e da oração consecratória, pela qual se confere a graça do Espírito Santo e se imprime o caráter sagrado, configurando o ordenado a Cristo, sacerdote, mestre e pastor. Este rito simboliza a participação no sacerdócio de Cristo e a missão de servir ao povo de Deus. liturgia.pt
Os presbíteros são designados para servir em paróquias, comunidades específicas dentro de uma diocese, onde exercem seu ministério pastoral. Eles celebram os sacramentos, pregam a Palavra de Deus e acompanham os fiéis em sua caminhada de fé, sendo presença viva de Cristo no meio do povo.
Além das funções sacramentais, os presbíteros têm a missão de promover a caridade, a justiça e a paz nas comunidades onde atuam. Eles são chamados a ser testemunhas do amor de Deus e a inspirar os fiéis a viverem os valores do Evangelho em suas vidas cotidianas.
A formação dos presbíteros é abrangente e profunda, englobando aspectos teológicos, espirituais, pastorais e humanos. Nos seminários, os candidatos ao sacerdócio recebem uma preparação sólida para enfrentar os desafios do ministério e para servir com dedicação e amor ao povo de Deus.
O Terceiro Grau: O Diaconato
O grau mais baixo na hierarquia é o diaconato. Os diáconos não possuem o sacerdócio, mas desempenham um ministério sagrado de serviço. Fortalecidos pela graça sacramental, eles servem ao Povo de Deus na liturgia, na pregação da Palavra e em obras de caridade, sempre em comunhão com o bispo e o presbitério. Historicamente, o diaconato era considerado o grau final, mas, após o Concílio Vaticano II, foi restaurado como uma ordem permanente, aberta também a homens casados.
Nos primeiros tempos do Cristianismo, o diaconato era um ministério permanente e altamente respeitado. Com o tempo, tornou-se um mero passo para o sacerdócio, até que o Concílio Vaticano II restaurou sua importância original. Hoje, homens que desejam servir como diáconos permanentes podem fazê-lo, desempenhando um papel vital na assistência aos bispos e presbíteros.
O Poder e a Graça dos Sacramentos
Cada um dos três graus da Ordem Sagrada confere um caráter indelével à alma do ordenado, aumentando a graça santificante. Para o diácono, esse caráter concede o poder de batizar, pregar e administrar a Sagrada Comunhão. Para o presbítero, ele permite consagrar o pão e o vinho no Corpo e Sangue de Cristo e perdoar os pecados. O bispo, por sua vez, é o único que possui a plenitude do sacerdócio, com o poder de confirmar e ordenar novos sacerdotes. Além disso, o sacramento da Ordem confere uma graça especial que capacita o ordenado a desempenhar fielmente sua missão. Essa graça é essencial para o exercício do ministério, proporcionando a força necessária para superar as fraquezas humanas e servir ao povo de Deus com humildade e dedicação.
As Igrejas Ortodoxas e a Sucessão Apostólica
Diferente das igrejas protestantes, as igrejas ortodoxas, como a Grega e a Russa, mantiveram a sucessão apostólica e, portanto, possuem sacramentos válidos, incluindo a Eucaristia e a Ordem. Por essa razão, em situações excepcionais, católicos podem receber sacramentos em igrejas ortodoxas, como a Confissão e a Eucaristia.
A Distinção Entre Sacerdote e Ministro Protestante
Uma das diferenças fundamentais entre um sacerdote católico e um ministro protestante reside no poder de oferecer o sacrifício eucarístico. Embora um sacerdote possa ser chamado de ministro ou pastor, dada a sua função de pregador e servidor de Cristo, o inverso não é verdadeiro. O ministro protestante não possui o poder de consagrar o pão e o vinho no Corpo e Sangue de Cristo, o que é a essência do sacerdócio católico. Isso se deve à ruptura na sucessão apostólica, especialmente nas igrejas anglicanas, que eliminaram a intenção sacrificial de suas ordenações.
O Papel do Papa e dos Cardeais
O Papa, embora não possua um poder espiritual maior que o dos demais bispos, exerce uma autoridade universal sobre a Igreja, como sucessor de São Pedro. Ele tem o privilégio da infalibilidade em questões de fé e moral, quando se pronuncia definitivamente para toda a Igreja. Já o título de Cardeal é honorífico e não faz parte do sacramento da Ordem. Os cardeais são conselheiros do Papa e formam o colégio eleitoral que escolhe o novo pontífice. Embora atualmente os cardeais sejam sacerdotes ou bispos, historicamente, eles também poderiam ser leigos.
A Composição Física da Igreja
Dioceses e Arcebispos A Igreja Católica é organizada em dioceses, cada uma governada por um bispo. As dioceses podem ser agrupadas em províncias eclesiásticas, onde a diocese principal é liderada por um arcebispo. Este não tem autoridade sobre os bispos das
O sacramento do matrimônio
CIC 1638. Do Matrimónio válido origina-se entre os cônjuges um vínculo de sua natureza perpétuo e exclusivo: no matrimónio cristão, além disso, são os cônjuges robustecidos e como que consagrados por um sacramento peculiar para os deveres e dignidade do seu estado.

Ao planejar a raça humana, Deus poderia ter decretado que ela se propagasse de maneira semelhante aos seres unicelulares. Segundo tal desígnio, um homem poderia começar a dilatar-se até formar um duplicado dos seus órgãos originais e, no momento certo, separar-se, constituindo duas pessoas. Essa ideia não é estranha ao nosso imaginário; chamamos isso de quimerismo e, claro, serve para compreendermos que a vida não foi feita sem a livre cooperação de um homem e uma mulher com Ele. Há inúmeras maneiras diferentes que Deus poderia ter escolhido para a multiplicação dos seres humanos. Mas Ele escolheu criar homens e mulheres e lhes deu o poder de produzir novas vidas humanas em união com Ele. Pela íntima união a que chamamos matrimônio, o homem e a mulher se unem, e, nesse ato, Deus infunde uma alma espiritual e imortal.
Foi Deus quem deu ao homem e à mulher os órgãos genitais. Foi Ele quem — para garantir a perpetuação do gênero humano — uniu ao uso desses órgãos uma função elevada, demonstrando que o sexo é algo bom. E assim é, pois, pela relação essencial com Deus, que participa no ato procriador, o sexo é não apenas bom, mas santo e sagrado. Tocamos um ponto relevante: a santidade do sexo. Quando se perde o sentido da sacralidade do sexo, a santidade do matrimônio é esquecida, e o sexo se converte em um mero instrumento de prazer, deixando de ser sagrado. A infidelidade conjugal, o divórcio fácil e as uniões casuais são alguns dos males que surgem quando se violenta o sexo, arrancando-o da ordem divina das coisas. Há pessoas boas que podem sofrer por uma concepção errada do sexo.
A distorção produzida pelo pecado original cria dificuldades para manter o impulso sexual dentro do rumo que Deus lhe traçou, que é o do matrimônio genuíno. Mesmo pessoas piedosas podem cometer o erro de confundir o ato procriador com o abuso do sexo e, por uma falsa lógica, considerá-lo algo sujo e degradante, quando, na realidade, é um presente magnífico de Deus. Mais de um casal tem sido privado da plena felicidade conjugal por essa concepção errada. Deus, para assegurar o uso correto do poder procriador, fundou a instituição matrimonial: a união indissolúvel, por toda a vida, de um homem com uma mulher.
A necessidade dessa união é evidente, pois os filhos precisam ser cuidados e criados com amor pelo pai e pela mãe que os trouxeram ao mundo. Os juizados de menores e os manicômios testemunham os males que se produzem quando se quebra a unidade e a permanência do matrimônio. Deus criou Eva quando Adão dormia no Éden. “Dar-lhe-ei uma companheira semelhante a ele.” É o desígnio divino que o homem e a mulher se completem um ao outro, que contribuam para o mútuo crescimento espiritual. Nessa união por toda a vida, as mentes, corações e corpos se fundem em uma unidade nova e mais rica, cumprindo, assim, o fim estabelecido por Deus.
Estabeleceu Deus essa união única para garantir a perpetuação do gênero humano. Considerar o matrimônio como uma mera união civil é reduzir seu valor. Na verdade, Jesus Cristo fez do matrimônio um sacramento, transformando-o em um canal da graça, conferindo à união uma dignidade e santidade especiais. O sacramento do matrimônio não apenas une duas pessoas, mas as fortalece com a graça divina para enfrentar os desafios da vida em comum e educar os filhos na fé.
Além de pedir conselho e refletir, o jovem católico sincero deve impregnar sua decisão com oração contínua. Os pais, no processo de noivado, devem procurar guiar os jovens com prudência e apresentar intenções nas missas. Embora a celebração do matrimônio dentro da Missa não seja essencial para a validade do sacramento, ela é recomendada.
Deus não se engana, e pedir luzes divinas para uma escolha adequada em questão tão delicada é um passo fundamental. A confissão e a comunhão farão parte desse programa de oração. Com o objetivo de um lar feliz e cristão, os noivos devem fazer o que estiver ao seu alcance para merecer as bênçãos divinas para sua futura união. Mesmo com as melhores intenções, a companhia entre os noivos apresenta riscos para a virtude da castidade. Não estamos questionando a virtude dos jovens, mas reconhecendo que a natureza humana é falível. Para duas pessoas que estão noivas, a confissão e a Sagrada Comunhão são as melhores garantias de que não transgredirão os preceitos divinos, preservando a beleza e a santidade do matrimônio.
Os noivos que desejam um casamento feliz devem ir ao altar com a segurança de que se guardaram um para o outro sob o controle da razão e da graça. Só depois de contraírem o matrimônio, com a participação de Deus, buscarão essa unidade corporal através do ato nobre e santo que é parte do plano criador de Deus. Aconselhar-se com prudência, orar, guardar a pureza prematrimonial e procurar um cônjuge católico são os alicerces sobre os quais se constrói um matrimônio feliz, seguro e fecundo. Se possível, o sacramento será celebrado dentro da Missa. Essa Missa nupcial é uma ocasião em que os noivos prestam mútuo consentimento diante do sacerdote e de outras testemunhas.
A Igreja recomenda a celebração do matrimônio dentro da Missa, pois existe uma Missa para os nubentes que se dedicam a uma vida de paternidade responsável. Nos últimos tempos, fala-se de “paternidade responsável”, inspirada por dois fatores: o receio de uma superpopulação e o custo de vida (saúde e educação). A paternidade responsável exige que os pais vivam a prudência cristã ao planejar sua família, sendo generosos e realistas ao considerar suas circunstâncias atuais. Deus nos deu inteligência e espera que os esposos saibam usá-la ao cooperar na continuidade da Criação.
A questão crucial surge ao considerar os meios para espaçar os nascimentos. A continência periódica, praticada por consentimento mútuo e livre, é um direito dos esposos. No entanto, prevenir a concepção por meios mecânicos ou químicos é contrário à lei natural e, portanto, gravemente pecaminoso. Segundo os ensinamentos da Igreja, só em circunstâncias específicas é lícito limitar a natalidade, recorrendo à continência nos períodos infecundos. Esse caminho só deve ser seguido após muita oração, consulta aos sacramentos e orientação de um confessor de confiança.

Referrencia bibliográfica
SANTA SÉ. Catecismo da Igreja Católica. Disponível em: https://www.vatican.va/archive/cathechism_po/index_new/prima-pagina-cic_po.html. Acesso em: 2 mar. 2025.
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ARISTÓTELES. Poética. Tradução de Eudoro de Souza. 4. ed. São Paulo: Abril Cultural, 1973. 104 p.
Aquino, Tomas. Summa Theologica
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